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Voluntariado não tem limite de idade!

Em janeiro de 2020  os meus sogros viajaram para este país, apesar de terem uma idade avançada, pois a minha sogra tem 79 anos e o meu sogro 76. Decidiram deixar de lado a sua vida rotineira e as tarefas com que se ocupam, e vieram para ajudar, ensinar e aprender…

Sempre ativos e com muitas ideias, têm contribuindo grandemente para a evolução deste projeto.

Já fizemos a limpeza do terreno e apanhámos muitas pedras. Algumas eram bem grandes que só conseguimos movê-las, puxando-as com o camião. Estas foram muito úteis para encher a fundação do nosso muro protetor. Ainda cortámos e queimámos alguns arbustos e mandámos lavrar o terreno, que já está preparado para receber as sementes, as plantas e às arvores de fruto.      

Há cerca de 9 meses fizemos um viveiro.

Efetuaram-se diversas sementeiras  e, atualmente, temos cerca de 200 árvores de fruto com as raízes tão desenvolvidas que saíram dos polybags e lançaram-nas na terra, pois estão mais do que prontas e desejosas para serem plantadas no seu sítio definitivo, no terreno…

Não fizemos esta operação até agora porque, antes de mais, necessitamos de cercar o nosso terreno com pilares em betão e arame zincado, pois somos, a toda a hora, “visitados” por umas dezenas de cabras, vacas, búfalos e cavalos.

Estamos empenhados, a todo o gás, a construir um muro de proteção contra uma ribeira que nos tempos de grandes chuvas acumula um débito de águas considerável e as nossas economias têm sido gastas, dividindo-as em três vertentes prioritárias: a construção deste muro, cercar o terreno e construir as primeiras instalações para a máquina dos blocos de betão, o armazém do cimento, a carpintaria e a casa de banho.

Até à data, pela graça de Deus, conseguimos colocar os pilares de betão numa das laterais do terreno e, algumas semanas atrás, tivemos que parar, porque devemos finalizar primeiro a prioridade número um: o muro protetor, pois já começaram a cair as primeiras chuvas.

Conseguimos, também, fazer a fundação das ditas instalações e instálamos, no sítio definitivo, a máquina dos blocos de betão, o mixer e os respetivos geradores.

Estamos, em paralelo, a fazer os ensaios necessários para afinar e sincronizar todos os moldes de maneira a que, muito em breve, possamos começar a produção dos blocos de betão, tão necessários, para a construção dos muros das nossas primeiras instalações. Falta-nos, ainda, acabar os últimos dois moldes em chapa e ferro para a construção de um outro tipo de bloco de betão que é o mais procurado na construção civil, em Timor Leste.

 Há um ditado português que diz: “O dinheiro não estica!”, contudo nós temos experimentado algo extraordinário que vem contrariar esta afirmação!

 Na semana passada estava em Díli para comprar alguns materiais necessários e sabendo, tão bem, que a lista dos mesmos estava um pouco além dos números da nossa conta bancária, marquei o código nos botões do ATM para levantar dinheiro e estava a pensar o que deveria selecionar, para comprar apenas os materiais que faziam  falta com  mais urgência e, ao mesmo tempo, estava mesmo a cogitar que seria tão bom se tivesse mais algumas centenas de dólares para comprar os restantes materiais que, também, eram tão necessários… Com um certo feeling misturado com um estranho sentimento de esperança, verifiquei o meu saldo e constatei que, mesmo naquele dia, ALGUÉM tinha feito uma transferência bancária doando 1709 usd. Exclamei: UAU!!!

Ao verificar a maneira maravilhosa como o nosso Pai Celestial cuida das nossas necessidades fiquei sem palavras, pois, uma vez mais, me surpreendeu de um modo tão singular… Depois de saborear a magia deste momento, tão especial, agradeci-Lhe instantaneamente…

Talvez alguém poderá questionar-se do porquê de não avançarmos, em simultâneo, com estas três prioridades. Sabemos, tão bem, que isso seria o ideal, mas infelizmente não podemos, pois a razão é muito simples; não se deve à falta da mão de obra, pois temos 2 pessoas a trabalharem com contrato anual  e outras 46 pessoas num sistema de trabalho rotativo de 20 dias (cada equipa composta de quatro pessoas), mas sim à falta de recursos, pois, até à data, só conseguimos fazer uma coisa de cada vez e estamos muito agradecidos, tanto a Deus, bem como a todas as pessoas que nos ajudaram a tornar possível a realização de tudo aquilo que fizemos até agora…

Muitos poderão dizer que é um projeto muito ambicioso, mas desde já, apelamos que se junte a nós, tornando-o uma realidade, conseguindo devolver o sorriso e a esperança de uma vida melhor a mais alguns timorenses…

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