Kembali ke… “normal”!
Akibat hujan lebat, disebabkan oleh Siklon Tropis Seroja, diikuti oleh yang lain tidak begitu kuat, tapi konstan, jalur akses kami menjadi sangat tidak praktis! Kami harus menangguhkan pekerjaan kami dan menunggu 3 minggu sampai lumpur mengering dan kami bisa, perbaiki lagi; tapar os buracos com pedras e colocar por cima uma camada de areia.
Há cerca de um mês os casos de covid começaram a aumentar em Timor, de maneira que temos uma média diária de 150 pessoas infetadas, tentang . Quase todo o país ficou em lockdown e, sampai tanggal tersebut, morreram 9 pessoas. A grande preocupação das autoridades governamentais é a exigência e a forte pressão que as comunidades fazem para enterrar os seus mortos, que faleceram com covid, segundo a tradição cultural habitual, com velório do corpo durante 2 dias e depois de sepultado, seguido de um autêntico banquete de “comes e bebes” que se estende, às vezes, por 6 atau 7 dias, dependendo dos bens que o defunto deixou para trás!
Ao longo destes 5 tahun, em Timor, compreendi que a maioria das famílias timorenses se privam de alimentar-se devidamente para poderem ter bastantes cabras, ovelhas, sapi, bois, búfalos e cães neste banquete. Parece uma competição post-mortem, pois cada família tem muito cuidado de prover bastante fartura nesta ocasião, karena, segundo a tradição, quanto mais abastado for o banquete mais honrado se considera que foi o defunto…
Uma outra luta, que as autoridades estão a travar, é contra a mentalidade da comunidade timorense que considera esta pandemia uma questão política, ou invenção dos governantes, por um lado, e por outro lado, na crença popular, considerando Timor “terra santa”, onde o covid não entra…
Há duas semanas recomeçámos os trabalhos com certas medidas de precaução; obrigatoriedade do teste swab de cada nova equipa, antes de iniciar o trabalho, uso das máscaras e um “semi-distanciamento social” sempre que possível…
Cada medida deu-me muitas dores de cabeça, pois inicialmente dos 7 trabalhadores, somente 3 aceitaram fazer o swab, enquanto que os restantes recusaram com medo. Depois do resultado ser negativo, outros 3, depois de muitas explicações e incentivos, venceram, em parte, o medo e aceitaram, juga, fazer o teste. Quanto ao uso da máscara, esta é o calcanhar de Aquiles deles. No início, chegava a adverti-los vezes sem fim para a usarem. Imaginem… mal acabava de os chamar à atenção, saía para fazer outro trabalho, ao voltar, apenas minutos depois, o que acham?!? Precisamente isto; estavam novamente com a máscara no queixo!!! Cheguei a perguntar-lhes se porventura estavam com medo que lhes caíssem os pêlos da barba…
Assim como mencionei numa postagem anterior, como o nosso terreno está situado na fronteira dos dois municípios, Aileu e Ermera, temos um contrato de trabalho coletivo com a comunidade da aldeia de Hlalameta, pertencente a município Aileu e um outro com a comunidade da aldeia Sari, pertencente ao município de Ermera.
Antes de iniciarmos os nossos trabalhos tivemos várias discussões, no bom sentido, com os membros da comunidade de Hlalameta, pois dado o facto que o nosso terreno pertence a esta aldeia eles pretendiam que trabalhássemos somente com eles, devido a uma situação que tinha acontecido no passado, quando alguns jovens desta aldeia procuraram trabalho no Município vizinho e foi-lhes recusado pelo motivo de não pertencerem ao mesmo e até foram “aconselhados amigavelmente” a procurarem trabalho no seu Município. Depois de clarificar que o nosso projeto não era subsidiado pelo governo timorense e que a nossa Fundação estava a suportar o investimento integralmente, então cabia a nós decidirmos com quem queríamos trabalhar e informei-os que a nossa decisão estava tomada, dando oportunidade às duas comunidades, da mesma maneira, de ganharem o seu pão de cada dia.
Tentei sondar a possibilidade de formar uma equipa mista, com trabalhadores das duas comunidades, mas deparei-me com uma negação muito categórica; não havia nenhuma hipótese de trabalharem em conjunto! Chegámos à conclusão que se deveriam formar equipas compostas de trabalhadores, somente de uma comunidade, num trabalho rotativo de 20 dias, seguida de outra equipa da comunidade vizinha.
Compreendendo a maneira tribal de funcionamento destas comunidades, sempre procurei transmitir-lhes, tanto a uns como a outros, que fomos criados por Deus como seres humanos sociáveis e não como ilhas solitárias, pois precisamos compreender a nossa grande necessidade de sairmos do nosso egoísmo, de nos socializarmos mais, de fortalecermos laços de amizade, de nos importarmos mais com aqueles que estão fora do nosso circulo familiar/comunitário e que carecem muito da nossa ajuda!
Sempre esperei que haveria de chegar o momento certo para tentar fazer possível uma nova experiência e finalmente aconteceu! Há duas semanas atrás foi a vez da equipa de Sari começar o trabalho e passados oito meses eu introduzi, pela primeira vez, nesta equipa um trabalhador de uma aldeia da montanha, chamada Aslimate, que faz fronteira com a aldeia de Hlalameta, pois embora não tenhamos um grande volume de trabalho pensei dar uma oportunidade a algumas pessoas desta comunidade para ganharem também um pouco de pão.
No final do primeiro dia de trabalho desta equipa, veio uma pessoa da comunidade de Hlalameta dizer que este trabalhador não poderia trabalhar e fez uma algazarra de todo o tamanho, ameaçando e dizendo que ninguém poderia trabalhar neste projeto, além destas duas comunidades com as quais eu tinha assinado o acordo de trabalho.
Como eu não estava presente nesse dia, pois tive um problema para tratar, no dia seguinte chamei a pessoa, acima referida, para conversarmos e depois de apelar à sua consciência e compreensão, sem nenhum resultado, pois ele continuava a não aceitar, eu vi-me obrigado a esclarecer que, por enquanto, quem decidia quem devia trabalhar era o Conselho Diretor da nossa Fundação e mais ninguém…
Perguntei-lhe se no futuro fizesse uma equipa composta com trabalhadores das 3 aldeias, se ele concordaria em fazer parte desta equipa e ele respondeu, categoricamente, que não aceitava.
Embora seja um desafio bastante difícil e complicado, tenho uma certa fé que, um dia, com a ajuda de Deus, será possível , pois somente Ele é capaz de sensibilizar estas pobres almas mergulhadas no seu egocentrismo e ajudá-las a começarem a viver na disposição de entender, ajudar e colaborar para solucionar os problemas dos outros que não são da mesma família e nem tão pouco pertencem ao seu círculo de amigos!
Passados alguns dias, tive a oportunidade de reencontrar este rapaz e, novamente, apelei à sua compreensão para com as necessidades do outro e depois de um bom tempo consegui ler nos seus olhos uma pequena luz de aceitação. Quando, no final da nossa conversa, lhe perguntei se ele achava justo que este homem, casado, com 4 filhos e uma esposa, ao seu encargo, não teria direito como ele a ganhar o pão para a sua família, só porque teve o “azar” de nascer numa comunidade diferente?
Depois deste argumento vi o seu semblante mudar completamente e disse-lhe que, no final do dia de trabalho, queria conversar com os dois. Horas mais tarde, ele procurou-me e disse que não havia necessidade de conversarmos mais, pois ele não tinha mais nenhum ressentimento contra o outro rapaz e que o problema já estava resolvido. Agradeci-lhe pela compreensão e, sekali lagi, aproveitei a oportunidade, perante toda a equipa de trabalho, apelando ao seu humanismo e sensibilizando-os a serem mais amigos, entreajudarem-se mais e de serem mais solidários…
Depois de terminar o meu pequeno speach, fiquei contente vendo o efeito do mesmo nas caras, muito compenetradas, dos meus rapazes… realmente foi uma experiência muito gratificante e agradeci instantaneamente a Deus por ter sensibilizado as DURAS consciências destes homens!
Quanto ao estado dos nossos trabalhos, conseguimos consertar o problema que a força da água da ribeira causou na fundação do nosso muro protetor e, felizmente, agora está mais reforçado. Recuperei, juga, o poste elétrico e, desta vez, colocámo-lo o mais longe possível da margem da ribeira, soldando-lhe mais 3 metros de tubo no topo para ser mais alto e para termos a certeza que o lanço do fio elétrico, entre os dois postes, não ficará tão baixo.
A nossa próxima prioridade é construir, juntamente com a comunidade da aldeia de Hlalameta, um depósito de água, pois assim como salientei num artigo anterior, carece muito de água, especialmente na estação seca, e como nós temos um furo com um bom caudal de água, fiz-lhes uma proposta para construirmos, bersama, um depósito em betão para terem acesso constante à tão necessária água.